quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Travessia Lisboa - Sagres em BTT para o ...Isto é Matemática!


A convite do matemático, e nosso Amigo, Rogério Martins, autor do programa "Isto é Matemática", da SIC Notícias, recentemente nomeado para melhor programa televisivo de entretenimento, pela SPA (sociedade Portuguesa de Autores), propusemos-nos fazer esta longa travessia em apenas dois dias e meio, com o intuito de comprovar uma teoria de medição de distâncias, de Eratóstenes, para um episódio de "Isto é Matemática", ao mesmo tempo que se gravavam umas imagens para postar no Face, e principalmente, nos divertíamos a fazer uma dos nossos hobbies favoritos, claro; - O BTT!

Tirando algumas avarias, muita chuva (dilúvio autêntico), muita lama, alguns riachos descontrolados, muita areia, poças intransponíveis, cansaço acumulado, falta de luminosidade causada pelo dias curtos e uma ou outra desistência, tudo correu bem. Toda a Travessia foi concluída por três elementos, mais três que a efectuaram a espaços. Totalizando mais de 330 km, em que a percentagem de BTT sem asfalto, anda perto dos 80%.
Além das duas travessias fluviais,  no Tejo e Sado, andámos quase sempre em presença da água, elemento que dificulta de sobremaneira a progressão. A presença desta, e, de muita areia, aliado à chuva constante e fortíssima que apanhámos em toda a herdade de Apostiça, originaram inclusivamente um acontecimento inédito aos nossos olhos, na manha da primeira etapa; - Todos os participantes nessa parte da contenda ficaram com problemas nos travões, relacionados com as mais diferentes causas, o que nos obrigou a efectuar uma paragem em Setúbal  nomeadamente na Bike Zone (mais uma vez, obrigado ao amigo Mário), que patrocinava esta viagem na forma de empréstimo de material, para o nosso Líder espediçional; - Rogério. Tal facto, somado à escassez de ferrys para nos levar até à Península de Tróia, foram aumentado o nosso atraso, que apesar de devidamente equacionado, chegou a colocar em dúvida a nossa progressão para esse dia. Iríamos chegar bem pela noite dentro, a Roncão. Primeiro local escolhido para a pernoita e janta. 
Pusemos logo os logísticos a trabalhar, para assegurar a reserva e o farnel, apesar de sabermos que chegaríamos bem perto das dez da noite. Apesar das piores condições e atrasos, alguns causados por aparatosas quedas, conseguimos chagar à Serra de Grândola antes das 22h e tomar o reconfortante banho e a retemperante janta, que na maioria dos elementos foi composta por uma inédita Feijoada de Leitão no "solar dos Leitões

Logo pela manhã cedo pusemos-nos de novo ao caminho para o que seria a etapa mais dura deste périplo. Composta por quase 140 km em que a componente bttística era de mais de 90%. Passando por uma imensidão de povoados e localidades que nos trariam um acumulado ascensional a rondar os mil e quinhentos metros. Continuámos em plena Serra de Grândola e tivemos que transpor mais de uma dezena de enormes lençóis de água, onde, em alguns, quase só a nado teríamos sucesso. Passe o exagero, posso dizer que alturas houve, em que com a bicicleta às costas, a água nos cobria as pernas por completo. Depois da tempestade vem a bonança... senão no todo, pelo menos em parte foi assim, já que as terras seguintes foram sendo transpostas sem a presença de chuva. Foi assim que visitámos Santiago do Cacém  Sonega, a Serra do Cercal, Vila Nova de Mil Fontes,  o Cabo Sardão, A Zambujeira do Mar, Almograve, Odeceixe, onde fizemos cerca de 6 km paralelos a uma "adrenalitica" vala, terminando com a descida vertical mais radical e entusiasmante de todo este percurso, Rogil, Aljezur, e a inevitável subida ao Castelo, e finalmente a chegada ao nosso segundo poiso, a Pousada de Juventude da praia da Arrifana, onde, como é de calcular, chegámos já com a noite elevada.

Depois de um banho "possível", fomos à procura de local para jantar, mas, depois de uma hora de incessantes buscas, não lográmos o sucesso almejado. Tornava-se imperioso solucionarmos o caso, sob o risco de ficarmos sem alimento, depois daqueles quilómetros de esforço. A solução, inédita e generosa, passou pelo empréstimo dum carro, por parte do recepcionista da Pousada, a quem eu deixo um enorme agradecimento e promessa de uma futura rodada, completamente esquecida no próprio momento, talvez, pela falta de discernimento, causada pela fome; - Obrigado "primo" Filipe!

Tão cedo quanto possível, saímos para a terceira e última etapa desta dura travessia. Etapa essa, que depois do que passámos nas anteriores, seria obrigatoriamente de consagração e desfruto. Foi sem dúvida o que nos aconteceu. O espírito reinante era de salutar convívio, e nem as intermináveis ascenssões e "quedas" às mais variadas praias da costa Vicentina, e do seu Parque Natural, nos conseguiram desmotivar. Saliento as da Carrapateira e de Cordoama, ao que se seguiu uma passagem de consagração no Cabo de São Vicente e a inevitável chegada a Sagres, para almoço e filmagens. 
 Enquanto o "SR PROFESSOR" e o staff faziam as ditas, alguns de nós; - BTTistas, degustávamos os sabores e aromas no "A Sagres", generosamente patrocinados pela produção do programa. Em meu nome e dos restantes convivas, aqui deixo o meu sincero agradecimento pelo facto, e desejo a todos o sucesso profissional e pessoal que estar Travessia acabou por ter.

Foi muita durezzzzzzaaaaaaaaaa!
ESTAMOS TODOS DE PARABÉNS! 


Aqui deixo a informação geográfica, quilométrica, fotográfica e "MATEMÁTICA":

...Sim! ...Isto é matemática!!!









Entre a Fonte da Telha e a Mata dos Medos. Primeiras pedaladas, primeiras "arêas"...
O Rogério já preparado para a chuvada diluviana que haveria de cair passados alguns minutos. 



Primeiro almoço, em Setúbal. Enquanto aguardávamos pelas bicicletas, que estavam a arranjar, depois do miserável estado em que ficaram com a combinação de água e areia. 




Segundo dia, algures entre Santiago do Cacém e Sonega, em plena  "chinchada" devidamente autorizada. Eram um espectáculo, estas laranjas da baía.



Serra do Cercal, a caminho de Vila Nova de Mil Fontes. Aspecto geral das dificuldades constantes pelas quais se desenvolve este traçado, ainda para mais, efectuado em Fevereiro...Só gente "doida"...



Tão belo, e ao mesmo tempo; efémero, todo este verde alentejano. 



Durante cerca de cinco quilómetros pedalámos em cima de um carreiro que muitas vezes não tinha mais de quinze centímetros de largo, o do qual não podíamos sair, sob pena de irmos ao banho, na vala. 
Tão espectacular como arriscado.



No fim dessa vala, e com a vista sobre Odeceixe e a sua extensa ribeira, fomos presenteados com uma pista de autêntico down hill, perfeitamente exequível para os mais afoitos.



Já no terceiro dia, na descida de mais uma arriba em direcção à praia. É sempre assim durante longos quilómetros, até ao planalto final, onde podemos vislumbrar o cabo de São Vicente e a vila de Sagres, à sua esquerda.



Mais uma ideia do traçado deste último dia, por sinal comum à já famosa Transportugal e, à agora restaurada, "Rota Vicentina"
Aqui vemos o Rogério Martins a contemplar a paisagem.



...Obviamente, à mão...



...Inevitáveis, as avarias... Mesmo quando as bicicletas são novas...ololol



Três dos BBTistas que efectuaram esta "longa e Dura" travessia.
Cabo de São Vicente, Sagres, Vila do Bispo, Faro, Algarve, Portugal, Península Ibérica, Europa, Terra.




...Não há como fugir deste banho gelado logo pela manhã, em plena Serra de Grândola.



..Mas a vida contínua, com mais, ou menos água...

GR