sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Via de la Plata + Sanabrês (Ago 09) Dia 4 Mérida - Casar de Cáceres

Nesta etapa em que continuámos a subir para Norte, bem junto à fronteira Portuguesa, volto a relembrar-me do calor intenso por que passámos. Evoluímos em plena província de Badajoz, saindo da bela cidade de Mérida e cruzando outra não menos histórica, a de Cáceres. Acabámos por parar em Casar de Cáceres, onde o albergue tem a "vigilância" de um dos protectores dos Caminhos e dos Peregrinos: - O Sr. Fernando e a sua família, donos do restaurante Majuca.




Andámos cerca de 85 km´s até Casar de Cáceres, variando entre os 200 mt e os 500 mt de altitude, num acumulado que não ultrapassou os 900 mt.


TRACK E ALTIMETRIAS NO WIKILOC :


http://www.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=512301


A pizza que o César carregou a tarde toda pelas ruas de Mérida ficou a "dormir" no chão daquele infecto albergue... Conclusão: - Quando acordámos cheios de fome e pensávamos que tínhamos ali um refastelante pequeno almoço, tínhamos acabado de ser substituídos pelas queridas formigas. Eram milhares à volta do seu repasto imperial. Agora vem a melhor parte... Como o que não mata ... Engorda. Ainda houve quem desse umas bicadas neste formigueiro, depois de devidamente sacudido. Não fui eu...



Apesar de um pouco desfigurada, não quis deixar de apresentar esta foto que representa mais um dos valores desta cidade museu. O aqueduto romano, apesar de tudo bastante bem conservado, está logo a seguir ao anfiteatro romano, e foi por lá que saímos, ainda bem de noite, da cidade


Depois de termos passado a primeira peregrina a pé, uns bons 5 ou 6 km's depois de sairmos, no fim de uma ligeira subida, começámos a ter esta visão maravilhosa do que seria um dos muitos nascer do dia que iríamos presenciar daí em diante.



Parece uma imagem de desenho animado, mas não é. Aqui pela Estremadura, e também depois em Castilla/Leon, serpenteámos várias vezes por estes trilhos. Estes, tenho isso bem fixo na memória, estavam carregados de areia e de coelhos... Foi, por aqui e de uma forma geral por toda a Via de la Plata, avistámos muitos coelhos que corriam desenfreadamente à frente das nossas bicicletas.



Uma subida mais técnica. Também foram aparecendo com mais frequência, até que não mais nos largaram, ao atravessarmos o maciço central. Cordilheira montanhosa que nos deu um tremendo trabalho para vencer.


Ora aí está o atleta César em plena progressão montanhosa. Enquanto nós pedalamos no prato pedaleiro pequeno (22), ele normalmente faz estas subidas no grande (44). É só por causa das coisas... Grande "animal". Por esta altura já tínhamos descortinado um pequeno problema no eixo pedaleiro da sua Hardrock, que vinha a provocar um estalido frequente e ensurdecedor... Mas como o que nos atormenta não são as coisas, mas sim a ideias que temos das coisas... SEGUE JOGO!!!

Mais uma ponte Romana. Esta antes de atingirmos a muy Histórica Cáceres. Expoente rico da história mourisca da Península, onde se desenrolaram vários episódios da eterna conquista e retirada, constante entre Castellanos e Mouros... Nós, nós já estávamos a explorar outros mares... Aqueles "por nunca de antes navegados"... Século XV/XVI, onde é que já íamos... E o Brasil ali tão perto...


Esta foto representa uma relíquia. Não é pelos "fantasmas" que a compõem, é sim porque faz testemunho de uma raridade. Esta fonte que aqui vemos é/foi uma das muito poucas que pudemos encontrar pelas terras do sul de Espanha.



Esta foto diz muito do que passámos até determinado ponto deste belo; quente e extenso Caminho a caminho de Santiago. Ao entrarmos neste aeródromo meio abandonado, além da imagem que possa valer por mil palavras, fomos recebidos pelos cactos e pelos tufos de cardos a rebolar pelo chão, levados pelo vento. De repente só me faltava para completar tal "quadro", a presença do Clint Eastwood e do Lee Van Cleef para completar o duelo final. Estávamos num autêntico ambiente dum Western Hollyodesco ou da CineCitta. Volta Sergio Leone, estás perdoado. Só resta saber, para completar esta visão cinéfila, qual de nós será o BOM, o MAU e o VILÃO... Il Buono; Il Brutto; Il Cativo... PUM... PUM... PUM.........



Uns dos muito poucos peregrinos que passámos. Este, mais do que todos os esforços que possamos ter desenvolvido, é uma "prova" de vida "sobrenatural".



Por aqui alguém se resguarda do calor que por esta altura mais pedia era que estivesse-mos a fazer uma siesta. É que nos povoados que passávamos entre as duas e pouco e as cinco e tal não se via vivalma. chegámos a passar pueblos em que não se avistava nem uma alminha para fazer uma pergunta que fosse. - Isolamento total....lol



Aqui, à porta da catedral de Cáceres estão representadas as figuras mais carismáticas da Páscoa. Por essa altura a afluência a esta terra é mais que muita, para ver o desfile dos "Encapuçados"



Praça Central de Cáceres. A esta hora não há quase ninguém, à noite não se consegue aqui passar. À Esquerda na foto, a entrada para a parte histórica da cidade, o Casco Viejo.


Depois de algum descanso, alguma comida, e mais uns remendos, voltámos ao piso para mais umas dezenas de quilómetros no solo e no relevo mais característico até então. - Dá para imaginar!?!?!?


... Momento de refecção à chegada ao albergue.


TODAS AS FOTOS DESTE DIA NO PICASA :
GR (GPS)

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